4.9.06

A vez dos crocodilos

A notícia da morte do famigerado 'Caçador de Crocodilos', a versão metrosexual do Crocodilo Dundee me enche da mesma emoção de quando leio sobre a morte de algum praticante de esportes radicais ou algum heavy user de drogas: nenhuma. Tipo, se a pessoa decide que um belo dia quer escalar o K2 com uma colher e dois cotonetes ela já aceitou sua possibilidade iminente de morte e nós deviamos, por respeito a escolha do sujeito, aceitá-la como uma possibilidade natural e ordinária.

Falando em respeito, isso era uma coisa que o caçador não tinha pelos bichos que dizia amar. Qualquer programa dele se baseia em fazer crocodilos, cobras e outros animais perigosos de idiotas em esquetes ridículos. Até aonde eu sei, se você ama uma coisa, o mínimo que se deve fazer é respeitá-la. Principalmente se ela tem uma mordida capaz de arrancar sua cabeça ou presas peçonhentas.

Estou mentindo. Eu não estou indiferente em relação a morte do Caçador. Estou um pouco satisfeito. Menos um boçal exibicionista no mundo, hooray! E aposto a grana que você quiser que aquela arraia estudou com algum dos crocodilos que participaram do programa do defunto na segunda série.