10.2.06

Boa noite e boa sorte.


O grande problema de ‘Boa Noite e Boa Sorte’ é a falta de humanidade. Escolhendo por não explorar nenhum personagem em especial, Clooney faz um filme técnicamente primoroso mas sem viço. O roteiro, escrito pelo próprio, se baseia principalmente nos editoriais do repórter Edward R. Murrow e em imagens documentais para passar sua mensagem libertária e sua metáfora dos EUA de 1950 com os de Bush, mas fracassa em tentar criar pequenos dramas como o relacionamento secreto entre dois repórteres ou a destruição de um apresentador por um colunista.

Mas ninguém pode falar que o filme não atinge seu objetivo. É uma peça política relevante no contexto atual, muito bem embalada com belos sons e imagens, porém com um mise-en-scène pouco imaginativo. Talvez um curta documental com todos os discursos de Murrow apresentados no filme funcionasse da mesma maneira, uma vez que não existe propriamente uma história interessante para ser contata (e o filme se propõe a ser um filme narrativo).

Resta esperar pra ver se os velhinhos do Oscar acham que fumar muito e parecer preocupado constituem uma atuação digna de prêmio. Sério, amigos, como que vou saber se David Strathairn é um bom ator se ele só reage a tudo da mesma maneira o tempo inteiro? Ele era muito mais divertido fazendo Ioga no Sopranos.

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